Sinto muito mas não me esperem

8.6.07

Com uma vontade libertada

Na realidade, e depois de muito perder e ganhar, achou que a vida iria ali acabar. Estava errado, diga-se, estava errado, e foi quando respirou pela segunda vez que percebeu que sempre havia levado o carrasco murmúrio das coisas demasiado a peito.
Diziam os outros que a vontade seria aquela que prevaleceria e que entre os marcadores estrategicamente posicionados encontraria o entulho necessário para sobreviver (facto este que mais tarde não se viria a verificar). A veracidade daquilo que a cabeça transmite em posições incómodas e embaraçosas viria a confirmar-se, visto que o coração acabaria por ser aquele que ficaria em desvantagem. Peças e peças perdidas, umas escondidas e outras que simplesmente um dia haveriam de desaparecer debaixo do 'sol', nunca deixariam que se completasse um ciclo de vida pleno e consciente, cheio e vazio simultaneamente.

Deixou-se ficar ali, então, preferiu não pensar mais naquele dia. Os pensamentos doíam e pesavam, ecoavam.
E com os pés enfiados numa areia fria e imaginária fez uma promessa.

1 comentário:

Joana disse...

Li várias vezes e tentei que a beleza do que escreveste aquecessem uma alma fria, mesmo na humidade deste verão esquisito. :*

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