Sinto muito mas não me esperem

21.2.08

Só sei que nada pensei saber

Este mês passo por um período de revelação. É nesta altura que todos questionam a minha verdadeira vocação, se tenho ou não talento, se sou esforçada o suficiente para conseguir alcançar objectivos e se sequer tenho objectivos. É também nesta altura que me desdobro, tento ultrapassar o nervosismo e o medo do falhanço e sorrio, procurando dentro de mim as respostas às perguntas que já a minha mãe fazia quando eu não passava de uma semente.

Será este o destino que uma mãe deseja para um filho, será este o caminho que um pai sonha ver a sua filha percorrer?

Difícil é mesmo compreender o que motiva uma pessoa a aceitar desafios como este. Por exemplo, porque é que um homem, em plena crise de meia-idade, escolhe inscrever-se num ginásio numa tentativa de alcançar o corpo ideal? Porque é que uma cantora de bares, com uma carreira estável (apesar de incógnita, eu sei), opta por gravar um disco e procurar editoras que não estejam apenas dispostas a dizerem-lhe que não? O que leva uma avó solitária, que chora o falecimento do seu companheiro de 56 anos, a deixar a sua casa de livre vontade e a mudar-se para um lar de terceira idade? Fará mesmo parte da vida a vontade de abraçar passos incisivos e alteradores, ou será esta mais uma imposição da sociedade?

Este mês cresci e deixei os meus 22 anos para entrar numa etapa que me vai levar ao futuro. Mas não será muito cedo para pensar no futuro? Não terei eu direito a viver os meus 22 anos na sua total plenitude?
Eu quero grandes coisas, eu alimento-me à base de expectativas, eu tento andar na direcção certa e a verdade é que há coisas que não acontecem por acaso.
Um dia tropeça-se numa mudança que nos leva até à informação relativa a um curso superior de saídas muito promissoras e que, para além de tudo, acende uma luz dentro do desejo. Outro dia passa-se por experiências que nos mostram como a vida pode ser desgastante, mesmo para aqueles que fazem o que fazem por amor. No dia seguinte uma porta abre-se e este movimento deixa-nos espantados, porque nunca esperamos que queiram apostar em nós, que acreditem nas nossas capacidades e desejem a nossa companhia em momentos de grandes desenvolvimentos e operações.

Hoje, o desejo é uma palavra muito forte.

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